Sabe quando você está lendo um livro ou vendo um filme e
pensa:
“Ah... poderia ser eu nessa estória”
Agora isso é possível aqui na Plus Sexy!
Você me conta como quer, como você é ou imagina ser e eu
transformo tudo num conto sob medida pra você. E para o pacote ficar completo
juntamos a essa mistura um conjunto de 5 fotos suas feitas num estúdio como sua
imaginação mandar!
Venha viver essa experiência, vai ser sensacional!
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Lu Metal é uma ativista, feminista, romântica incurável que acredita num mundo onde todos sejam livres, e enquanto isso escreve estórias. |
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Vamos ao primeiro conto!
Aproveitem!!!!
Exausta, ela caminhava por uma vereda afastando-se um pouco da clareira onde estava seu grupo. A batalha
sangrenta durou toda a noite, o cheiro doce do sangue que ainda cobria seu
corpo a inebriava, estava tonta. Se sentou aos pés de um carvalho com o rosto
sob as mãos, ofegante, precisava se acalmar, precisava deixar os deuses da
guerra irem....
Acordou sobressaltada, despertando mais uma vez do mesmo
sonho, olhou em volta de si e demorou a reconhecer seus aposentos, recostou-se
inspirando lentamente, fechando novamente os olhos, o sol deveria nascer em
pouco tempo o que significava que ela tinha somente poucos instantes ainda na
cama, seu corpo doía, já não estava mais acostumada a dormir em uma cama,
inspirou longamente pensando em como sua vida tinha mudado no ultimo ano.
Ela, Cailean, nascida do casamento sagrado, Filha da terra,
criada na casa do bosque sob os cuidados da grande Nina, a Velha, a sacerdotisa
mais poderosa da região, sábia, sensata, severa e de uma perspicácia
assustadora. Cresceu entre algumas liberdades rebeldes e a pressão do destino,
construiu-se entre duvidas, ela sempre fora relutante quanto à sua missão como
guardiã do bosque sagrado, sabendo que nunca teve escolha, era seu destino.
Um destino coberto de mistério e, mesmo com todas as
certezas, nem a Velha sábia conseguiu prever onde ele a levaria:
_ O futuro não será fácil para você menina, mas você
receberá sua recompensa, fique sempre atenta querida, sempre atenta à palavra
da Deusa, sempre atenta aos sinais, confie na sua intuição e você encontrará.
As palavras ditas em seu ultimo encontro, quando ela,
Cailean, assumira a liderança do grupo. Sentia
muita falta de seu aconselhamento, quando a deixou na cabana e seguiu seu
destino ainda não sabia que nunca mais a veria, os deuses não nos testam por
acaso, pensou relembrando todas as tramas do tempo que a levaram até ali,
sorriu ao pensar naquele dia, nos sinais, em como tudo mudou...
O dia começou como mais um de todos os vividos naquelas épocas,
o grupo seguia em sua peregrinação pelos lugares sagrados do bosque, a roda do
ano os guiava para a clareira de Badb, era preciso chamar as deusas da guerra.
A guerra estava próxima, o clima sombrio, as árvores sussurravam alertas todo o
tempo, Cailean ia à frente, montada em seu cavalo negro, sua capa feita em um
tecido pesado colorido de azul caia pelos ombros deixando a sua silueta ainda
mais alta, os longos cabelos cacheados formavam uma aura dourada que refletia
os raios do sol, uma figura poderosa, a aura da grande Deusa pairava sobre ela
e ela guiava o bando pela trilha num estado de quase transe. Os poucos homens
que as acompanhavam eram servos de uma linhagem muito antiga no serviço das
guardiãs do Bosque, especialistas em descobrir as trilhas secretas pela
floresta e em farejar inimigos de muito longe, iam como batedores para garantir
a passagem das mulheres em direção à clareira sagrada quase despercebida de
quaisquer forasteiros que estivessem perdidos por aquelas bandas, ou um soldado
inimigo em busca de novos saques.
O grupo era de umas cem mulheres, guerreiras, sacerdotisas,
protetoras da tradição antiga, subdividiam-se organizadas em torno da
manutenção dos acampamentos e as celebrações durante o ano migrando pelo
circulo no Bosque sagrado.
Nestes tempos duros o inimigo rondava e uma aura de terror
girava em torno destas mulheres, vários rumores de homens que tentaram dominar
as terras do bosque e foram enfeitiçados, mortos e tiveram seus pênis
arrancados e expostos nas entradas da mata, próximo ás vilas.
Anne, estava sempre ao lado de Cailean, bochechas rosadas cheias num rosto claro e
redondo emoldurado por seu cabelo liso e escuro como a noite somados aos olhos
azuis que brilhavam como duas estrelas,sempre estampando um sorriso que dava a
ela um ar jovial e alegre. Ela garantia que tudo corresse organizado nos
acampamentos, garantia que Cailean sempre tivesse o apoio necessário para a sua
liderança, dentre conselhos, carinhos e ingredientes.
_Por favor, querida - disse Cailean para Anne enquanto
desmontava de seu cavalo e tirava o pesado manto - peça para que montem minha
tenda um pouco mais afastada do acampamento - o olhar insinuava que queria sua
companhia à tarde, quando todas teriam uma folga antes da cerimônia noturna,
Cailean falava muito com o olhar – Vou dar uma caminhada ao redor da clareira.
Anne sorriu a olhando
nos olhos, segurando o manto e as rédeas dos cavalos para levá-los ao lugar de
pasto e descanso. Saiu falando com as outras, delegando as funções.
Cailean seguiu por entre as árvores procurando ervas, ou
talvez uma passagem para o mundo das fadas que a tirasse dali.
Um estalo na mata. Ela virou rapidamente a cabeça. Ele
estava paralisado, mal respirava.
Os olhares travados.
Um instante congelado no tempo.
Um homem alto, musculoso, cabelos escuros, barba curta,
olhos negros e um ar de mistério, certamente havia se perdido na mata, parecia
fugindo, seu semblante não era característico do povo antigo, tão pouco parecia
ser do povo das vilas, de seu cinto pendia uma espada, um invasor! Ela
lentamente levou a mão ao cabo de sua adaga na cintura. Ele não se moveu.
Olhares travados.
Aquele rosto, ela não sabia o que pensar direito, tinha
plena certeza de já tê-lo visto e certeza absoluta de que nunca o vira em toda a
sua vida, em outros momentos ele já estaria morto depois de todo esse tempo,
ela estava imóvel, não conseguia sair daquele olhar, seu coração batia
acelerado, imagens como que de lembranças muito antigas atravessavam sua mente,
desejo, poder, ela não conseguia sair daquele olhar.
Um vento súbito jogou os cabelos sobre seus olhos, levantou
as folhas secas do chão, trouxe um perfume de papoulas e levou o homem.
O toque de uma mão em seu ombro, ela gira com a adaga na mão
e quase acerta o rosto de Anne que salta para trás assustada
_O que está acontecendo?
Cailean respirou fundo para se recuperar, guardou a adaga
repassando toda a cena, teria sido uma visão? Não, ela tinha certeza que ele
estava lá, ainda olhou em volta, tinha sumido, certamente seria capturado pelos
homens guardiães, não precisaria preocupar ninguém com isso por enquanto, olhou
para Anne que estava assustadíssima com os olhos arregalados à sua frente e se
encheu de ternura, não conseguia imaginar como seria sua vida sem ela.
_Desculpe querida, as visões ficam mais fortes em épocas de
guerra...
_A refeição está pronta Senhora, disse Anne com as bochechas
ainda mais rosadas do susto.
_ Já te disse que não precisa me chamar de senhora quando
estivermos a sós, Cailean se aproximava fazendo uma carícia em seu rosto
Anne desvia o olhar com uma certa timidez inclinando a
cabeça e falando entre dentes
_É que não estamos tão à sós, senhora- disse olhando na
direção do acampamento de onde já surgiam as outras garotas.
Cailean se afastou com um sorriso sarcástico nos lábios, Ela
se divertia com essas situações, foi em direção as garotas
_Vamos comer meninas, vamos comer nossa ultima refeição
antes da cerimônia da guerra, agora nos fartamos de pão, mel e cerveja, a noite
o sangue de nossos inimigos será o alimento de Badb.
Um almoço farto, uma tarde lasciva, a concentração para o
ritual, a clareira iluminada com várias fogueiras, o aroma dos coelhos assados,
os baldes com seu sangue no altar, a presença da Deusa dominava seu corpo, os
tambores marcando um compasso ritmado, as mulheres nuas em um circulo dançavam
ao seu redor, os espíritos da floresta dançavam com elas, os tambores marcavam
o ritmo, as mãos molhadas no sangue de coelho pintavam seu corpo, a deusa pedia
mais, ela dançava ao redor do fogo, por entre as servas, todas dançavam, o fogo
tremia, os tambores aceleram o ritmo, palavras proféticas saíam de sua boca,
ecos dos espíritos antigos, uma força arrepiou sua nuca e a fez parar, olhares
fixos na direção do grande carvalho à borda da clareira, O homem, nu, ereto,
seu corpo torneado por músculos estava pintado de verde, galhos enfeitavam sua
fronte, fogo saia por seus olhos.
O circulo de mulheres se abriu para que ele entrasse, ele
agora dançava ao seu redor espalhando o sangue vermelho sobre seus seios e seu
sexo, as mulheres seguiam também nessa roda agora cobrindo também o corpo do
consorte.
Olhares travados, a pouca consciência que restava em sua
mente o reconheceu, a cerimônia prosseguiu levando todos ao êxtase, sobre o
altar o consorte a possuía, a deusa em seu estado Maximo gritava por sua boca,
as mulheres em circulo também atingiam êxtases de prazer.
O alerta dos guardiães, o ataque, uma batalha sangrenta,
seja pela proteção da cerimônia, seja por uma infelicidade dos atacantes, a
batalha durou por toda a madrugada, muitas baixas no bando, derrota dos
invasores, um amor, um reino.
Ela se levantou espreguiçando-se para ver se a dor saia, foi
até o lavatório jogar uma água no rosto, olhou de relance o vestido que a
aguardava, piscou, balançou a cabeça como que para se despertar, um arrepio a
percorreu com o pensamento de que dentro de algumas horas se casaria e seria
coroada como rainha.
A imagem daquele olhar no meio da mata de anos antes, a
imagem daquele homem dos olhos de fogo possuído pelo deus da fertilidade a tomando
no altar, a imagem do guerreiro que surge para salvar sua vida na batalha mais
sangrenta da história. A descoberta de que ele era o rei, uma paixão
fulminante. Um destino que se cumpre
Anne entrou no quarto silenciosamente.
_ mas olha só! Já de pé Senhora – disse mal contendo o riso
irônico
Um abraço apertado cheio da amizade cúmplice que as unia por
toda a vida, olhos cheios de lágrimas, um olhar que tornava as palavras
desnecessárias.